sábado, 5 de novembro de 2011

Daka


 Daka estava na multidão. 

Era tão silencioso…

... Um conforto ensurdece(com os devidos esbarrões)dor Daka se sentia princesa da pracinha-mundo. Daka tinha uns cabelos enrolados e sorria de um jeito sincero (relampejava nos ouvidos): não mostrava os dentes. Gostava de branco, mas era pequena. Café, hummm...,  muito também... Mas pequeno, não muito forte, com sabor de pôr do Sol e jazz, obrigada. Desenhava linhas (gostava tanto de linhas!) e amava, por deus, como amava, dentro da multidão, ouvir uma única voz (ontem foi o vendedor simpático que a perdoara por-sertão distraída e derrubar os livros todos da banquinha). Ouvia e se deleitava, Ai... Que sabor especial, daka então mostrava os dentes também pequenos que tinham algo de renúncia. Ai, daka... Tu e teus enleios me deixavam surda, tocavas o rio como quem escreve um verso puro de loucura. Teus olhos, uns olhos grandes e maliciosos, me davam uma vontadezinha de desaparecer no cais do porto – e eu escorrego e caio e tombo nos ombros d’alpendre. Daka, teus sentimentos e tua loucura, o meio-olhar  de quem oferece as rendas da cama limpa antes de ser mar. Daka (um nome assim seco...)... Pagou o café e foi embora. 


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