sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Notas de um pequeno diário


   Olho para a janela e não enxergo o prédio ao lado – é só noite. Foi o que me disseste e eu deveria ter acreditado nisso, deveria ter visto  que, por uma mera questão de ângulo, tudo me pareceu nada, e como era assustador e tão doce pensar que estava meu prédio a flutuar num oceano negro. Prédio n’universo  e cá estou a esperar as nebulosas das nuvens que tu me disseste que apareceriam quinta-feira, acreditei, eu – eu – doente, melancólico.
    Há só uma aórtica escuridão  e não entendo por que tantas coisas no quarto, por que roupas, sapatos, tantas palavras gestantes escondidas nos cantos miúdos do quarto branco, migalhas de poeira, um mosaico de caminho tortuoso e paralelepípedo! Ah, como é importante dar os desenhos aos ares...

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