quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Tormentas




    Sinto a parede branca. Com as minhas mãos sinto a parede branca. Bolhas. Pedrinhas. Com minhas mãos percebo o suave relevo abandonado.
   Estou na tua cama. Procuro algo teu debaixo da cama. Deixaste meu itinerário colorido. Números, endereços perdidos. Faz noite e pouco me importo, só penso em enviar esta carta a fim de. A fim de ... nada.     Não. Eu queria poder impedir as minhas lágrimas de caírem agora. Não. Deixa-me chorar. Purifica. Abandona. Deixa cair, vem, Mar, vem vindo sereno envolvente kunderiano absurdo abismo me cubra com tua espuma marinha, me cura com teu sal do atlântico, da boa esperança. Porque sabe, vai-nos parecer uma morte aveludada, átona, e o hiato a abrir outros canais nessa saudade oceânica, alarga-se, faz-nos passar um rio pelas veias e tudo dói, dói como se estivéssemos a tirar nossa virgindade, que agudo, por deus,


(.) 




Um comentário:

  1. nossa! :O
    como me impressiona essa capacidade de expressar emoções em palavras!!!
    was lívia in love? was lívia just with saudade? I don't know, all I know is that she definitly knows how to put emotions onto paper!!!
    /õ/

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