domingo, 19 de setembro de 2010

Chrysallis


… Mas esse menino escolheu ser triste, pois precisava ser alguma coisa, ainda que um boné, talvez uma pérgula, alors. Eu juro que tentei ouvir sem julgar, mas é difícil: Por mais que eu fique calada há mil eus dentro de mim vociferando e ironizando todo discurso pseudo- (Ad infinitum). Mas, ai, que coisa adstringente, Tu nunca vais arrumar um homem, diz minha mãe. É mais fácil continuar ouvindo o que o menino diz, dar conselhos tão vazios que me façam puxar todo o cobertor. Só que isso não resolve nada, além de códigos sociais de uma madrugada sem sono. Ele continua olhando pro teto e soltando alguns suspiros. Deus sabe como isso me incomoda... Vontade de virar pra ele e implorar que ele tenha uma vida, porra, isso me mata aos poucos. Seu corpo feito um quebra-cabeça esperando o meu abraço de conforto. Credo, credo, como é triste ter de seguir certos protocolos. O dia está amanhecendo e eu aqui tentando justificar mentalmente a minha futura grosseria – Claro, o menino pediu pra eu ser grossa,enfim, evidente que ele precisa de ajuda psiquiátrica. Afinal, quem mais dorme com quatro travesseiros e uma estrela entre as pernas? É esse livro triste da Clari... – Lívia? Sim, Matheus, que foi, Te amo...

(e aos poucos a minha lógica descansa como os passarinhos no fio de cobre)

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