domingo, 26 de setembro de 2010

EPPUR SI MUOVE



A cada dia uma faceta se descongela,

E eu assumo

(bem aos poucos)

Que o que era cansaço

[era, bem no fundo,

Medo.


O que eu quero eu sei bem

Os passos para o Mergulho

[desafiam a minha insônia

[bem como o desprezo pelos outros

E todo julgamento que já criei

(bem nítido)

É tão supérfluo.


Sei que sabemos pouquíssimo

Não desanimo.

E com essa certeza todas as palavras

[parecem ser desnecessárias.


Não é abandono

(muito, muito pelo contrário)

É querer desabrochar

[sentindo cada pétala com o Sol de Chopin.


O texto que você acabou de ler foi escrito na segunda-feira. Eu tinha colocado a vitrola pra funcionar (sim, tenho uma vitrola) e de repente tive vontade de escrever. Não é nada incrível o texto e eu entendo; em se tratando de uma análise estética, ele de fato não impressiona – mas o ponto preciso é que eu não sei o que é a Estética então como eu, você, enfim, como podemos dizer que isso não é estética, perdão, Estética, se sequer sabemos o que significa tal palavra, se for palavra. O importante é que é bastante real bastante real? Não deveria existir uma realidade hipertrofiada, me entende, não seria real assim e por isso resolvi publicá-lo.

“EPPUR SI MUOVE” foi a frase proferida por Galileu no momento em que estava sendo julgado pelo Tribunal da Inquisição. Significa: “Entretanto ela gira”. Eu até pensei em explicar o motivo de ter dado esse título, mas prefiro que você use a sua imaginação, seu senso crítico.

Minha maior vontade tem sido a de estudar incansavelmente. No fundo, eu não me vejo fazendo outra coisa, portanto é uma condição de aceitação da vida. Uma amiga minha perguntou outro dia: “Lívia, você não se sente cansada?” Eu respondi que, se pensássemos profundamente (nem tão ‘profundamente’ apenas verdadeiramente) acreditando que a verdade não se situa apenas no âmago das coisas no cansaço, nós sequer subiríamos uma escada.

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