Decidi começar a escrever para não esquecer os devaneios que
passam pela minha cabeça ao longo do dia, para não esquecer os pensamentos
profundos que meus amigos me ensinam, para não esquecer os momentos de reflexão,
de pureza, de caos, de procura.
Há momentos em que escrevo mais, outros que escrevo menos. Há
momentos – em outros momentos dessa vez – que também escrevo melhor; me faço
mais compreensível, para mim e para ti. O pausar das vírgulas acompanha o ritmo
da minha voz, quem me conhece sabe e deve entender melhor do que eu o que estou
dizendo com isso.
Comecei a escrever por causa da beleza. Com letrinha minúscula.
A beleza que de tanto avançar pelos meus olhos fez de mim um ser míope, só
enxergando bem de perto. Mais um motivo porque costumo falar devagar.
Para atravessar as fronteiras do além-de-mim, também escrevo.
É possível desviar dos buracos de pretensão que se encontram no caminho? Às vezes.
E vejo nesses descaminhos razões para desacelerar, reencontrar o passo ou uma migalha de joão e maria me dizendo outro caminho a seguir.
Escrever me acalma. Me faz querer dizer tudo no presente,
sabe a calma que é o presente?
Me traz luz.
E se possível dá luz.
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