quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

é um protesto

Quanto tempo eu não escrevo. Vejo coisas novas e até interessantes bem pertinho daqui, mas tudo me parece tão líquido, pueril, que prefiro manter a fome no rudimentar, quando a fome ainda é chamada de fome e não há vergonha de se sentir triste, nem charme, tal charme europeu que, perdoe-me o asco anticolonialista, me parece tão idiota, muito aristocrata pro meu jeito tosco de viver. Eles dizem que vida é existir em vários domínios, esferas, mas tudo é ainda tão superficial, plástico, eu gosto dos rapazes ébrios e desiludidos da Revolução Russa, seus rodopios ensurdecedores da guerra. Não sou essa elegância de living room. Nada de movimentos tayloristas até pra se tragar o cigarro, me dá, larga, me dá o cigarro, sim, ta vendo, só acender e pronto, pra que tantos movimentos (estou sendo taylorista? Enfim...). Não vejo mais nas linhas a espontaneidade, técnica há em tudo que, diga-me, por favor, o sentimento passou por aqui? Vais dizer agora, cal.. Cala a boca, não terminei, vais dizer que estou a ser um desses patriarcas anti-tecnocratas?! Poupe-me, Adamastor, eu quero a fome, apenas...

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