Mato um mosquito e depois me pergunto:
Por que o matei?
Tenho vergonha da minha brutalidade. Por que calcular milimetricamente o tapa, tapa que não cala os silêncios do mundo?
A bolsa de sangue se transforma numa pincelada. Por instantes jurei ter visto um Pollock, talvez eu esteja ficando louca – justifico cada estupidez como um Nobel, sou rainha e escrava de um mosquito.
E os meus olhos desesperados ainda tentam encontrar símbolos de seitas secretas nos azulejos do banheiro, uma pista no ralo, perdão emaranhado em cabelos perdidos.
I don’t really know what I’m saying – subitamente paro e recobro a lucidez.
Maldito mosquito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário