(É uma violência a forma capitalista, grotesca e cruel com que enxergamos o outro, que amamos, vivemos, enfim, é uma violência tão grande em tudo quanto é gesto distante, ou próximo se encontra de falácias otimistas, de um relevo arenoso que nunca arranha meu rosto — por deus, arranhe, marque, cicatrize minha pele alva numa pureza de grão que se perca à deriva de um mar distante.
Assusto-me, desculpe-me, sou repetitiva, mas toda essa violência infindável dos homens deixa-me simplesmente desolada e pequena, e não me refiro tanto à física, mas a dos sentidos, vês, anestésicos tomamos para o sofrimento, práticos tornamo-nos quando já não temos ternura para ver a dor que é existir, que é a de perceber tudo, em tudo, e tão pouco. Na maior parte do tempo o que se tem é um estúpido intelectualismo — oui, une maladie.)
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