quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Porto Alegre...?

Então a gente se sente tão pequeno em face a tantos prédios... Ando pelas ruas e me sinto como um mendigo, ou nem isso. Tudo é muito grande e eu não consigo disfarçar meu medo. Pergunto-me se as pessoas desistiram de seus sonhos, se sonho ainda existe. Há poucas árvores e o céu ganha uma camada de cor cinza, preta, por vezes marrom. Quisera eu que Deus (Deus!?) ainda consiga nos ver diante de tanta sujeira. Há esgoto nos becos e fedor nos palácios. Eu gostaria de abrir os olhos e dizer que sou livre, ouvir o eco acordar as pessoas e sermos um só canto na cidade. Mas tudo parece tão distante... exceto as placas e sermões, mas tudo, tudo está além, nem de trem se chega lá. E no meu cubículo que me dá paz e escorre meu tormento no papel eu rezo, cada vez mais forte e calado – para não despertar o vizinho– que Deus não esteja tão longe para decifrar minhas preces entre buzinas e tiros.

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